RMMG - Revista Médica de Minas Gerais

Volume: 34 e-34207 DOI: https://dx.doi.org/10.5935/2238-3182.2024e34207

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Artigo de Revisão

Prevalência e fatores associados ao estresse em gestantes: revisão de literatura

Prevalence and factors associated with stress in pregnant women: a literature review

Ruth Emanuele Silva Andrade1; Anne Caroline Cunha1; Cecília Paiva Duarte1; Marise Fagundes Silveira2; Maria Fernanda Santos Figueiredo Brito2; Lucineia de Pinho2

1. Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Minas Gerais, Brasil
2. Programa de Pós-Graduação em Cuidado Primário em Saúde, Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Minas Gerais, Brasil

Endereço para correspondência

Ruth Emanuele Silva Andrade
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Minas Gerais, Brasil
E-mail: ruthandrade689@gmail.com

Recebido em: 28 Maio 2024.
Aprovado em: 18 Setembro 2024.
Data de Publicação: 25 Fevereiro 2025.

Editor Associado Responsável:
Henrique Vitor Leite
Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil.

Conflito de Interesse: Não há.

Fontes Apoiadoras: Não houve fontes apoiadoras.

Resumo

INTRODUÇÃO: A gravidez é uma condição marcada por alterações específicas que não são consideradas uma doença, mas também não são um estado normal de saúde. Na gestação, o corpo da gestante sofre alterações anatômicas, fisiológicas e bioquímicas. Todo esse contexto expõe a mulher a um estado de maior vulnerabilidade, tanto física quanto mental, que pode gerar o estresse. O estresse gestacional pode afetar negativamente a saúde física e psicológica da gestante e do feto, predispondo-os a mais intercorrências gestacionais.
OBJETIVO: Identificar as evidências científicas disponíveis acerca da prevalência de estresse gestacional, bem como os fatores associados a esse desfecho.
MÉTODOS: Revisão integrativa, segundo o protocolo Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses, com buscas realizadas na plataforma Pubmed no ano de 2021, incluindo artigos de pesquisas primárias disponíveis na íntegra em inglês e publicados entre 2018-2021. A análise dos estudos e a extração e agrupamento dos dados foi realizada por três pesquisadores independentes.
RESULTADOS: Das 3.575 publicações disponíveis, 37 artigos atenderam aos critérios de inclusão. Houve prevalência variada de estresse gestacional, de 11,6% a 91,86%, e associação com fatores sociodemográficos, socioeconômicos, laborais, condições inerentes à gravidez, intercorrências gestacionais, hábitos de vida, doenças crônicas e mentais, além de risco social, conflitos de relacionamento, violência e o contexto da pandemia de COVID-19.
CONCLUSÃO: O estresse gestacional é altamente prevalente entre as gestantes e está associado a múltiplos fatores vivenciados por elas.

Palavras-chave: Estresse; Gravidez; Atenção primária à saúde; Cuidado pré-natal.

 

INTRODUÇÃO

A gravidez é uma condição marcada por alterações específicas que não são consideradas uma doença, mas também não são um estado normal de saúde. Na gestação, o corpo da gestante sofre alterações anatômicas, fisiológicas e bioquímicas. Além da dimensão física, ocorrem mudanças psíquicas, emocionais e sociais que repercutem na qualidade de vida da gestante e que variam durante as diferentes idades gestacionais. Condições frequentes no período gestacional como ganho excessivo de peso, dor lombar, dor em cintura pélvica e hiperêmese gravídica acarretaram piora na qualidade de vida das gestantes e podem atuar como fatores estressores nesse período. No sentido contrário, uma condição econômica favorável, apoio social, qualidade de sono e exercício físico foram associados a melhorias na qualidade de vida das gestantes. Nesse contexto, a gestante é exposta a um estado de maior vulnerabilidade, tanto física quanto mental que pode culminar no estresse gestacional. Além disso, o maior aporte hormonal pode afetar as emoções e o humor da mulher, levando a distúrbios psicológicos como ansiedade, depressão e estresse1,2.

O estresse diz respeito às reações de um organismo mediante à ameaça de sua homeostasia. Essas respostas corporais envolvem atuação hormonal, principalmente do eixo hipotálamo-hipófise-córtex da suprarrenal, responsáveis pela liberação de corticotropina, adrenocorticotropina e cortisol. Essas respostas são deflagradas mediante o estresse, derrota, medo, angústia, insegurança, doença e morte3. Além dessas alterações neuroendócrinas, ocorrem alterações na função cardiovascular e imunológica, por esse motivo, a gravidez é percebida, em sua essência, como um "teste de estresse psicológico"4.

As reatividades cardiovasculares, neuroendócrinas e imunológicas ao estresse agudo são importantes preditores de desfechos de saúde em populações não grávidas, tendo sido a um risco aumentado de hipertensão e níveis glicêmicos elevados, imunossupressão e maior susceptibilidade a doenças infecciosas, bem como o risco de desenvolver transtornos depressivos e de ansiedade. Durante o período gestacional, a reatividade ao estresse tem implicações únicas para a saúde materna e também para o desenvolvimento fetal4. Estudos prospectivos demonstraram que crianças de mulheres expostas a estressores durante a gravidez apresentavam maior probabilidade de experimentar uma série de resultados adversos no desenvolvimento neurológico, incluindo um risco aumentado de problemas emocionais, comportamentais e cognitivos5.

O estresse perinatal pode afetar negativamente a saúde física e psicológica de mulheres e seus filhos. Compreender os fatores associados ao estresse gestacional é essencial para melhor apoiar as gestantes, evitando os desfechos negativos relacionados à exposição aos estressores. Dessa forma, este estudo objetiva identificar as evidências científicas disponíveis acerca da prevalência de estresse gestacional, bem como os fatores associados a esse desfecho.

 

MÉTODOS

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura realizada conforme as recomendações metodológicas do protocolo dos Principais Itens para Relatar Revisões Sistemáticas e Meta-análises (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses - PRISMA)6. O processo de elaboração desta revisão se iniciou com a formulação de questões norteadoras de pesquisa que apresentassem relevância para a saúde pública: Qual é a prevalência de estresse entre as gestantes no cenário internacional? Qual é o grau de estresse percebido (leve, moderado, grave ou severo)? Quais foram os fatores protetores e quais foram os agravantes relacionados ao estresse?

As buscas ocorreram entre 8 e 16 de setembro de 2021 e foram realizadas por três pesquisadores independentes, para que as informações fossem conferidas em todas as etapas. As buscas foram realizadas de forma online no PubMed, plataforma que abrange trabalhos publicados em diversos países e em periódicos conceituados na área da saúde. Como descritores, foram utilizados "stress" e "pregnancy", ambos listados no Medical Subject Headings (MeSH). Foi utilizado o "AND" como operador booleano.

Foram incluídos trabalhos que fossem artigos originais, publicados no período de 2018 a 2021, em inglês e que estivessem disponíveis na íntegra eletronicamente. Avaliou-se, também, a duplicidade dos artigos, tendo sido considerada somente uma versão. Foram excluídos os relatórios técnicos, as revisões sistemáticas, as revisões de literatura, as teses e as dissertações, além dos estudos distintos conduzidos na mesma população. Definidas as estratégias de busca, efetuaram-se as pesquisas. Os artigos foram inicialmente submetidos aos critérios de inclusão, tendo sido identificados 3.575 trabalhos.

Após essa etapa, a seleção dos artigos se deu pela leitura exploratória do título e resumo de cada referência. Em alguns artigos, optou-se por fazer uma análise prévia, procedendo a uma leitura na íntegra, para uma melhor definição de sua relevância para as questões norteadoras. Assim, 3.535 foram excluídos por duplicidade e/ou por não atenderem estritamente à temática/desenho de estudo. Dos 40 restantes, todos foram lidos na íntegra. Nesta etapa, três foram excluídos. Dessa maneira, compuseram a amostra final desta revisão 37 artigos (Figura 1). A etapa de seleção dos artigos foi realizada de forma independente por três pesquisadores, e as discordâncias entre eles foram resolvidas mediante discussão e consenso.

 

 

Os dados dos estudos foram extraídos por meio de um instrumento estruturado pelos pesquisadores, o qual contemplou o nome do artigo, o periódico, o ano, o nome dos autores, local do estudo, objetivo, população, características metodológicas, o instrumento utilizado para avaliação do estresse na gestação e os apontamentos e as discussões acerca do foco temático desta revisão.

 

RESULTADOS

Foram encontrados 3.575 artigos disponíveis na plataforma PubMed, dos quais 40 foram selecionados após análise de título e resumo. Após a leitura completa dos trabalhos, outros três artigos foram excluídos devido à não adequação ao tema, restando 37 artigos. Todos publicados no período de 2018 a 2021 no idioma inglês.

Trata-se de estudos com delineamentos transversais (48,64%), de coorte (27,02%), ensaios clínicos randomizados (5%) e estudos longitudinais (5%). Encontraram-se produções em todos os continentes, com exceção da região da América do Sul, sendo que os cenários de pesquisa mais prevalentes foram Irã (24,32%), Estados Unidos (21,62%) e China (13,51%).

Dos 37 artigos analisados, 13 apresentaram o índice de prevalência de estresse no grupo analisado, sendo que a taxa de estresse foi muito distinta, variando de 11,6% a 91,86% em análise geral7-18. A prevalência do estresse foi maior no 2° trimestre (95%) em relação ao 3° trimestre (82,2%)10. Estudos também demonstraram que o estresse de moderado a severo era mais prevalente (39,7% e 69,67%) que o leve (17,1% e 30,33%)11,17. Essas prevalências foram relacionadas a diversos fatores socioeconômicos, obstétricos, comorbidades e hábitos de vida, sumarizados na Tabela 1.

 

 

 

DISCUSSÃO

Os resultados desta revisão apresentaram relação positiva entre estresse e diversos fatores obstétricos, socioeconômicos e relacionados a riscos sociais, comorbidades e hábitos de vida. A maioria esteve associada ao contexto da pandemia da COVID-19, relacionamentos pessoais conflituosos e à baixa renda familiar, além das próprias condições da gestação atual ou prévias.

O estresse é comumente associado às mudanças fisiológicas e psicológicas vivenciadas pela mãe durante a gestação19. Na literatura, outros fatores como doenças prévias, fatores ambientais e laborais também são descritos como desencadeantes. Níveis elevados e persistentes de estresse levam ao aumento dos níveis de cortisol materno que se relacionam com desfechos comportamentais, cognitivos e fisiológicos negativos para gestante e feto20. Nos estudos avaliados, níveis de estresse severos foram referidos com prevalências que chegaram a 15,8%15 em análise geral e 41% em cenário pandêmico potencialmente estressor18. Seus malefícios, como aumento do risco de sofrimento fetal, parto prematuro e baixo peso ao nascer a curto prazo e déficit de atenção, irritabilidade, hiperatividade, distúrbios afetivos a longo prazo20,21, tornam necessário o uso de protocolos para a identificação não apenas das gestantes com estresse, mas também dos fatores de risco associados16.

Os valores relacionados à prevalência do estresse gestacional foram diferentes a depender do estudo analisado. Observou-se maior predomínio de estresse nas gestantes chinesas no primeiro trimestre gestacional7 e menor predomínio em estudo que avaliou gestantes da Etiópia que tinham, majoritariamente, gestação planejada e que moravam com o marido14. Isso evidencia que a divergência observada pode estar relacionada às diferenças de aspectos clínicos, culturais e socioeconômicos da população utilizada. Nos estudos, esses resultados foram comparados com outras evidências; entretanto, semelhanças entre as amostras utilizadas não são descritas em alguns trabalhos, prejudicando o grau de validade da comparação. A falta de trabalhos que contemplem uma população diversificada e robusta prejudica a obtenção de valores que possam ser aplicáveis genericamente às gestantes.

Na análise dos fatores associados, observou-se no âmbito sociodemográfico diversas variáveis que apresentaram relação com o nível de estresse das gestantes. A idade avançada foi descrita como fator protetivo em alguns trabalhos8,15,22 e como fator desencadeante em outros23,24, indicando divergências na literatura que podem estar relacionadas aos diferentes contextos explorados nos estudos analisados. O envelhecimento está associado a maior risco de complicações gestacionais, o que pode gerar maior estresse nas gestantes mais velhas23. O descarte ou confirmação dessas intercorrências facilita o estabelecimento de uma conduta e acolhimento de pré-natal adequados, podendo isso atenuar as preocupações maternas25.

Residir em regiões urbanizadas11,26 e ser exposta ou achar que está exposta a poluentes também foram fatores relacionado ao estresse, evidenciando a importância da exposição ao ar livre na gestação e de orientações tranquilizadoras, mas não negligentes, que diminuam a carga psicológica da exposição27. Mulheres afrodescendentes foram associadas a maiores níveis de estresse em apenas um trabalho, sendo isso atribuído à discriminação racial8, responsável por diversas repercussões negativas para gestantes afrodescendentes, como desumanização e menor suporte social, além de maiores chances de sofrer violências obstétricas e cerceamento dos direitos reprodutivos28. No manejo dessas gestantes, cabe aos profissionais de saúde prestar um atendimento acolhedor que vise, além de cuidar e orientar, amenizar essa falta de suporte social.

Acerca das características socioeconômicas, a menor escolaridade da mulher9,15,17 e de seu parceiro9 apresentaram influência estressora, justificada pela baixa posição social e consequente baixo poder aquisitivo, conforto e lazer determinados por essa condição15. A baixa renda familiar8,9,15,29-31 foi descrita como fator predisponente do estresse, o que foi justificado pelas maiores preocupações relacionadas às dificuldades de manutenção da qualidade de vida dos pais e fetos quando se tem baixo poder aquisitivo8. A falta de renda adequada dificulta a execução de medidas diagnósticas e terapêuticas como a realização de exames, compra de remédios e suplementos, principalmente nos locais em que estes não são fornecidos gratuitamente30. A baixa escolaridade diminui a capacidade dos indivíduos de compreender e seguir as orientações feitas pelos profissionais de saúde32. Considerar essas variáveis durante a construção dos planos terapêuticos do pré-natal garantindo, sempre que possível, uma conduta que se adapte à realidade financeira da gestante e orientações de maneira facilmente compreensível pode ser meio de evitar preocupações adicionais à rotina da gestante.

Sobre as características laborais, a situação de trabalho7,9,17,33 foi significativamente associada à maior incidência de estresse. As gestantes sem trabalho tiveram 1,82 vezes mais chances de sofrer estresse, sendo isso associado à maior incidência, nessa população, de dependência econômica, conflitos familiares e maior período de tempo sozinha, contribuindo para a incidência do sentimento de solidão, que gera estresse7. Estratégias de integração da gestante são importantes para diminuir esse sentimento e podem ser feitas dentro do contexto da atenção primária, com grupos de conversa para gestantes, visitas domiciliares e atividades nas unidades de saúde, geralmente mediadas por enfermeiras34. Gestantes com carga de trabalho maior que 40 horas semanais tinham chances quase três vezes maiores de apresentar estresse, uma vez que a carga horária de trabalho elevada exerce maior demanda cognitiva, física e emocional sobre elas33. No contexto brasileiro, é importante que as mulheres sejam informadas quanto aos direitos trabalhistas que possuem e que visam adequar a carga e situação de trabalho às necessidades da gestante, mantendo assim sua tranquilidade e qualidade de vida35, podendo esse papel ser exercido pelos profissionais da saúde durante o pré-natal e puerpério.

Fatores relacionados à gestação atual e gestações prévias também foram relatados. A idade gestacional mostrou-se relevante em diversos trabalhos10,11,14,23,31,33. Gravidez não planejada8,10,22,23,29 também foi relatada como fator estressor. Gestantes nessa condição devem ser acompanhadas de perto pelos profissionais de saúde, a fim de evitar complicações duradouras para mãe e criança e aliviar sua carga emocional negativa10. O número de partos da mulher também foi relevante, sendo que tanto primiparidade8,14 quanto multiparidade11,29 foram considerados estressores. A associação com a primiparidade foi justificada pela falta de experiência e confiança relacionadas à gestação, parto, criação e cuidados da criança8,14 e a associação com a multiparidade, justificada pelo aumento das demandas financeiras e emocionais dos vários filhos11,29. Para atenuar o estresse causado por essas situações, o acompanhamento multiprofissional pode ser útil na prestação de suporte psicológico, instruções relacionadas aos cuidados do bebê, mudanças corporais e emocionais associadas à gestação36. Orientações acerca de planejamento familiar e uso de métodos contraceptivos também devem ser realizadas, pois são úteis para prevenir gestações indesejadas ou não planejadas futuras37.

A presença de doenças mentais22,38,39 e doenças crônicas somáticas8,22, além de intercorrências gestacionais prévias ou na gestação atual6,8,16,19, como pré-eclâmpsia25 também interferiram positivamente no estresse em gestantes, uma vez que essas condições trazem interferências negativas para mãe e feto. Outros fatores gravídicos relacionados ao estresse foram ansiedade pré-natal, gravidez de alto risco e gravidez múltipla7,8. A identificação dos fatores de risco das gestantes para essas diversas patologias e condições de risco, associadas à prestação dos tratamentos adequados e inclusão de orientações e conversas de esclarecimento na conduta terapêutica ajudam a diminuir os sintomas de estresse ocasionados pelas doenças25. No Brasil, a estratificação de risco das gestantes é feita obrigatoriamente em todas as consultas e aborda diversos aspectos, como condições clínicas, econômicas, emocionais, sociais e fatores intrínsecos da mulher, como a idade40.

Em relação aos fatores de risco social e de violência presentes no ambiente vivido pela gestante, outros autores observaram relação entre conflito conjugal ou divórcio com o estresse9,15,16,29,41,42 além da relação entre violência sexual, incluindo assédio e história de abuso anterior, como estressor8,29. Nessa categoria, outros fatores estressantes mencionados foram: violência na vizinhança26, trauma físico ou psicológico da família (p=0,005) e conflito familiar (p<0,001)16. A falta de suporte social também foi positivamente relacionada com o estresse7,15,43 e se mostrou mais evidente em situações como relacionamento tenso com o parceiro ou falta de disponibilidade deste9,16,41,42, falta de relacionamento conjugal ou coabitação8,30 e falta de autonomia na gestação7,29.

Em culturas em que as relações familiares são fortalecidas ou em mulheres com aculturação bicultural, o apoio social é favorecido, auxiliando na redução do estresse percebido16,44. Esses resultados enfatizam a necessidade de os profissionais de saúde incentivarem as famílias a fornecer apoio social à gestante7,16, fornecendo programas de educação em saúde para diferentes membros da família7. O acompanhamento psicoterapêutico para as mulheres grávidas também é eficaz na complementação do suporte social16, sendo a terapia cognitivo-comportamental relacionada a menores níveis de estresse gestacional45.

No que concerne a hábitos de vida, os relacionados negativamente com o estresse foram: a qualidade do sono autorreferida46, sugerindo que participantes com má qualidade do sono são mais propensos a sofrer de estresse durante a gravidez24, o bem-estar espiritual47, a prática de exercícios físicos7 e o estilo de vida islâmico48. Entretanto, em outro estudo, o estresse autorreferido não se correlacionou com a frequência de exercícios realizados49. Nesse âmbito, médicos e enfermeiros devem, durante as consultas de pré-natal, orientar precisamente sobre horas de sono e intensidade de atividade física recomendadas, além de questionar as práticas espirituais à gestante.

Houve divergências acerca do uso do tabaco e sua relação com o nível de estresse gestacional nos trabalhos avaliados. Dois artigos atribuíram o tabagismo à redução do nível de estresse percebido, relacionando a redução ao uso do tabaco como forma de suportar tensões, reduzir emoções negativas e estresse e aumentar a aceitabilidade social em algumas culturas, favorecendo a formação de vínculos7,50. Outro trabalho encontrou associação estatística entre o tabagismo e o aumento do estresse22. Apesar da divergência, profissionais da saúde sempre devem contraindicar o uso do tabaco durante a gestação, pois essa substância está relacionada ao aumento de intercorrências gestacionais, como maiores taxas de líquido amniótico meconial, frequência cardíaca fetal não tranquilizadora durante o parto, restrições de crescimento do feto não diagnosticadas e internações em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN)51.

Com relação à pandemia de SARS-CoV-2, esse contexto foi cenário para 11 artigos8,9,11,13,18,22,38,39,52-54. Os estressores relacionados a esse período foram: o risco e medo da contaminação8,18,39, o estresse em relação à contaminação de seu filho18, depressão, ansiedade e sono nesse intervalo13, e maior evitação do enfrentamento de fatores estressores antes da pandemia (p<0,001)53. De acordo com a discussão dos autores, a restrição de sono poderia estar ligada a preocupações com a saúde do feto, principalmente devido ao confinamento que prejudicou a regularidade das consultas de pré-natal13. Diante de um cenário de elevadas contaminações, seja pelo SARS-CoV-2 ou por outros agentes infecciosos, é imprescindível a divulgação de práticas de prevenção, informações sobre riscos oferecidos ao binômio mãe-feto e tratamento, de forma a aumentar o grau de informação das gestantes e reduzir contaminações e estressores relacionados, baseado nas recomendações de Wheeler et al. (2021)53.

Como limitação, grande parte dos estudos incluídos apresentam um desenho transversal, o que não favorece a definição de causas do evento analisado. Outros estudos apresentaram limitações relacionadas à escolha da amostra, incluindo apenas gestantes com comorbidades ou de um determinado grupo vulnerável12,15. Ao incluir somente mães com doenças pré-estabelecidas ou em vulnerabilidade, as causas do estresse apresentadas podem ser tendenciosas, já que essas condições podem ser, na realidade, os principais estressores.

Apesar de a análise conter estudos que abrangem regiões em todos os continentes, cada pesquisa se restringe a amostras de um único país, estando susceptíveis a influências culturais e étnicas que não necessariamente se aplicam a gestantes de uma forma geral. Além disso, não há estudos que englobam o público brasileiro, evidenciando a necessidade de se realizar mais estudos sobre o tema, que contemplem as diferentes culturas e dinâmicas socioeconômicas regionais brasileiras, bem como trabalhos que abordem as intervenções no âmbito do estresse gestacional.

Alguns estudos afirmam que, apesar de os instrumentos para avaliação do estresse serem utilizados para minimizar classificações errôneas, não são ferramentas de diagnóstico, ou seja, não há pontos de corte estabelecidos para alto estresse44. Além disso, alegam que existe a possibilidade de viés devido a problemas de memória ou tentativa de fornecer respostas socialmente desejáveis durante a resposta às perguntas30 e que o uso de questionários já estruturados limita os respondentes a escolher suas respostas entre as opções pré-definidas15.

Este estudo possibilita aumento de desfechos materno-fetais mais satisfatórios e redução de intercorrências desfavoráveis relacionadas ao estresse na gestação. Isso ocorre porque os dados apresentados permitem conhecer os estressores mais prevalentes no contexto gestacional, bem como suas possíveis justificativas, facilitando o desenvolvimento de estratégias de prevenção e promoção de saúde mais assertivas para reduzir o estresse gestacional e perinatal.

 

CONCLUSÃO

Observou-se que a prevalência de estresse entre as gestantes é variável e depende das condições da população analisada. Dentre os estressores encontrados, destacaram-se condições inerentes à gestação, fatores socioeconômicos, hábitos de vida e o contexto da pandemia do SARS-CoV-2. Esses resultados são essenciais para determinar os alvos de intervenções de políticas públicas que visem à saúde materno-fetal, possibilitando a identificação da origem do estresse gestacional e evitando os seus prejuízos aos desfechos perinatais.

 

AGRADECIMENTOS

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e à Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).

 

CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES

As contribuições dos autores estão estruturadas de acordo com a taxonomia (CRediT) descrita abaixo:

Conceptualização, Investigação, Metodologia, Visualização & Escrita - análise e edição: Ruth Emanuele Silva Andrade; Anne Caroline Cunha; Cecília Paiva Duarte; Lucineia de Pinho. Administração do Projeto, Supervisão & Escrita - rascunho original: Ruth Emanuele Silva Andrade; Anne Caroline Cunha; Cecília Paiva Duarte; Marise Fagundes Silveira; Maria Fernanda Santos Figueiredo Brito; Lucineia de Pinho. Validação, Software: Lucineia de Pinho.

Recursos & Aquisição de Financiamento: Não houve. Curadoria de Dados & Análise Formal: Ruth Emanuele Silva Andrade; Anne Caroline Cunha; Cecília Paiva Duarte; Lucineia de Pinho.

 

COPYRIGHT

Copyright© 2021. Andrade et al. Este é um artigo em acesso aberto distribuído nos termos da Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Licença Internacional que permite o uso irrestrito, a distribuição e reproduce em qualquer memo desde que o artigo original sea devidamente citado.

 

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